quarta-feira, 6 de abril de 2016

paradoxo de Lombard



 Segundo Gregor, Cavanagh & LaFortune (1985), citados por Rasch (1991), o
paradoxo de Lombard é "atividade de um músculo biarticular quando o torque
necessário numa articulação está na direção oposta ao causado pelo músculo".
Pode ser bem observado no movimento de levantar da cadeira, onde ocorre
contração do quadríceps na extensão do joelho e contração dos isqiotibiais
na extensão do quadril. O torque extensor do quadril pelos isquiotibiais é
maior que o torque flexor do quadril pelo reto femoral, e o torque extensor
do joelho pelo quadríceps é maior que o torque flexor do joelho causado
pelos isquiotibiais.
É especulada uma economia metabólica proveniente dessa condição, mas
desconheço o fato relacionado à contração excêntrica e sobre a possibilidade
de sustentar mais carga.

domingo, 3 de abril de 2016

Análise biomecânica do agachamento



  Muitos estudos sobre agachamento: preconizam uma série de cuidados na hora de se executar o exercício de agachamento. Entretanto, o objetivo dessa postagem é descrever biomecanicamente o exercício agachamento do ponto de vista prático, ou seja, analisando-se a biomecânica do movimento, pode-se saber quais músculos ele trabalha durante o treinamento de força.
Para se fazer a análise de qualquer movimento, sugere-se entender o passo a passo do roteiro abaixo, em vez de se decorar cada exercício e sua análise:
·         Identificar que articulações participam do movimento
·         Identificar o movimento articular
·         Identificar planos e eixos onde ocorrem o movimento
·         Tipo de contração
·         Músculos envolvidos
Vale lembrar que a identificação do movimento deve ocorrer a partir da análise do movimento contra a resistência. Não se esqueça que a musculação também é chamada de treinamento contra-resistência.

Como analisar a biomecânica do agachamento

O agachamento é largamente utilizado nas salas de musculação e no treinamento de atletas, sendo considerado um dos exercícios de força mais completos. Além de seguro (apesar de algumas opiniões infundadas contra essa afirmativa), ele é fundamental para os gestos esportivos e da vida diária. Existem diversas variações do exercícios, mas não discutiremos elas nesse artigo.

Articulações envolvidas no agachamento

Quando se faz o movimento do agachamento, 4 articulações participam do movimento: tornozelo, joelho, quadril e coluna lombar. Essas articulações realizam diversos movimentos, mas devemos analisar, apenas, os movimentos realizados contra a resistência, ou seja, quando se faz o movimento de “volta” à posição inicial. Sendo assim, temos os seguintes movimentos articulares no agachamento:
·         Flexão plantar
·         Extensão do joelho
·         Extensão do quadril
·         Extensão do tronco

Diferenças entre contração concêntrica e excêntrica



Planos e eixos de movimento
Todos esse movimentos ocorrem no plano sagital ou ântero-posterior, que se relaciona com o eixo látero-lateral ou transversal.
Quando se “volta” à posição inicial, faz-se a contração concêntrica de todos os músculos envolvidos nos movimentos listados acima. A fase excêntrica do exercício agachamento – quando a pessoa, efetivamente “agacha” – também trabalha os mesmos músculos. O trabalho dos mesmos músculos nas duas fases do movimento não ocorre em todas as situações; podem haver variações dependendo do meio onde se realiza o exercício – na água, por exemplo, essa análise muda. Basicamente, a contração concêntrica acontece quando se “levanta” o peso e a contração excêntrica acontece quando se “abaixa” o peso.

Músculos envolvidos no agachamento

Analisando-se as articulações e os movimentos que acontecem durante a execução do movimento, consegue-se deduzir os músculos que atuam naquele exercício. Como estamos dando o passo a passo para a análise do movimento do ponto de vista biomecânico, vamos listar, apenas, os grupamentos musculares envolvidos em cada articulação utilizada durante o agachamento:
·         Articulação do tornozelo: flexores plantares
·         Articulação do joelho: extensores do joelho
·         Articulação do quadril: extensores do quadril

·         Articulação lombar: extensores da coluna

FONTE: PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA E CONSULTOR DE ACADEMIAS LEONARDO ALLEVATO
http://www.lafitness.com.br
AGACHAMENTO - UMA ANÁLISE BIOMECÂNICA

Ao longo de décadas foram cultivadas crenças e opiniões infundadas, baseadas em conhecimento empírico. Inúmeros praticantes de academia e até mesmo professores formaram opiniões sem base cientifica sobre esse exercício (agachamento). Nesta matéria, tentaremos esclarecer uma questão discutida há anos.

Afinal, no agachamento pode ou não o joelho ultrapassar a ponta do pé?
Este mito foi criado baseado em suposições e opiniões de praticantes que vieram a ser instrutores no modelo antigo de gestão de academias, clubes e outros locais de pratica de exercícios. Esta crença baseia-se na premissa de que, não projetando seu joelho para frente, o agachamento se torna mais “seguro”. Para entender o que seria ou não seguro, tentaremos dar uma visão geral sobre o agachamento e suas particularidades.
Existem inúmeras formas de realizar este exercício: com os pés afastados, com os pés unidos, o famoso agachamento sumô, na máquina, com barra livre e assim por diante. Não queremos aqui dar receita ou dizer o que é certo ou errado; a intenção aqui é esclarecer e orientar o praticante para uma melhor escolha em um programa de treinamento. Quando realizamos um agachamento, nosso corpo solicita inúmeras estruturas para vencer a resistência imposta, seja ela do próprio corpo ou de pesos. Estas estruturas dividem o peso de acordo com a posição em que se encontra o corpo, pois existe um ponto central de aplicação de carga que é chamado de centro de gravidade. Este centro de gravidade é o ponto onde a gravidade age com maior intensidade, gerando uma sobrecarga maior naquele ponto.

Onde se encontra o centro de gravidade?
Na posição ortostática, o centro de gravidade está localizado próximo à região do umbigo, e é neste ponto que se aplica a força idade. Quando afastamos um segmento da linha medial do corpo, o centro de gravidade muda de posição, fazendo com que este se desloque de acordo com o movimento realizado. Agora que sabemos onde e como funciona o deslocamento do centro de gravidade e sua aplicação de força, ficou mais fácil entender uma coisa.
No que o centro de gravidade influencia no agachamento?
Ao realizar um agachamento em que os joelhos não ultrapassam a ponta do pé, adotamos posturas diferentes para um exercício livre ou na máquina. No agachamento livre, para equilibrar o corpo, projetamos o quadril para trás e a cabeça para frente; isso faz com que o centro de massa se desloque para frente, sobrecarregando totalmente as estruturas que envolvem a região lombar, tirando grande parte da sobrecarga sobre o quadríceps e jogando para o glúteo e extensores do quadril. Ao realizar este exercício na máquina, o praticante, para não ultrapassar o joelho da ponta do pé, retifica sua lombar e projeta os pés para frente.

Esta manobra gera uma sobrecarga imensa nos joelhos, e somada a um ângulo de 90º, que é um dos pontos de maior compressão patelo-femoral que existe, com certeza irá gerar uma lesão no joelho, e quando se trata da retificação da coluna lombar, este movimento faz com que esta região suporte menos sobrecarga, aumentando assim, o risco de lesão para esta região também.

E quanto às estruturas envolvidas no agachamento?
Este pode ser considerado um dos exercícios mais completos e complexos que existem, pois a composição de músculos, articulações e tendões envolvidos é imensa. Mas, por hora, vamos nos ater a uma articulação em particular para entendermos melhor sobre a questão de não ultrapassar o joelho da ponta do pé. Vamos falar sobre a articulação do tornozelo, que é extremamente importante neste exercício. Para o praticante realizar o exercício (agachamento) sem ultrapassar o joelho da ponta do pé, esta articulação fica praticamente imóvel. Esta ação sobrecarrega outras estruturas. Quando o praticante ultrapassa o joelho da ponta do pé, as forças que agem sobre o ALH (aparelho locomotor humano) são distribuídas entre as estruturas envolvidas, gerando uma dorsiflexão do tornozelo, fazendo com que o tibial posterior se contraia. Esta ação do tibial posterior gera uma rotação interna da tíbia, consequentemente, uma rotação externa do fêmur, diminuindo assim o ângulo Q.
Concluímos que, do ponto de vista da segurança e da eficiência, distribuir a carga entre as estruturas envolvidas em qualquer movimento realizado pelo ALH (aparelho locomotor humano) é a melhor estratégia a ser adotada. Claro que existem inúmeras outras variações e estratégias de treinamento, e cabe ao professor responsável pela montagem do programa escolher a que melhor se aplica à pessoa em questão.

Referências dos estudos:

HAMILL, J. Bases biomecânicas do movimento humano. 2ª edição, São Paulo-2008
Journal of Biomechanics -2010